Mas eu me sentia muito insegura andando assim.
E se eu perdesse uma pegada que ficou diferente ou que, magicamente, não se apagou com a água contínua?
Me virei e voltei a andar de costas olhando fixamente as marcas dos meus pés pequenos.
Até que em um momento algo me fez cair... Eu torci meu pé e me machuquei de forma que não conseguia me levantar sozinha. Meu choro se tornou mais alto, mas não haviam mais lágrimas no meu rosto dessa vez.
Meu coração chorava alto de dor... E não era por conta do meu pé.
Eu só queria alguém que pudesse ouvir os gritos do meu coração e nenhum louco iria sair naquela chuva para socorrer uma garota desconhecida que anda de costas, afinal... a culpa era minha por andar assim, certo?
Era tudo minha culpa... Será que alguém sofreu o que eu sofro por minha causa? Esse alguém não me perdoaria... Eu não me perdoaria...
Tentei me levantar e meu pé doeu mais ainda. Deitei na areia e deixei que a chuva lavasse meu rosto e que o mar molhasse meus pés. Minha esperança era que toda aquela água lavasse meu corpo e levasse minha tristeza.
Fechei meus olhos e estava pronta pra me levantar e esquecer que um dia eu caí, engolir a dor e o choro e levantar mais uma vez sabendo que mesmo com muita dor eu sobreviveria.
- Psiu! (risos)
- Levanta daí logo antes que você fique resfriada.
- Que diabos você tá fazendo aqui sozinha nessa chuva?
- Eu tô tentando te ligar a um tempão e você atende, cara.
- Não dá um susto desse na gente!
Sem pingos, sem dor, sem tristeza, sem solidão ou sofrimento. Agradeço à água ou a vocês?
Olhe de novo. Não há pegadas à sua frente. O que me diz?
- Oi Sol...
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